Durante audiência de custódia realizada na tarde deste domingo (26), a Justiça homologou as prisões em flagrante de Robson de Azevedo Gama, de 53 anos, e Diego Carlos Leite Pereira, de 41, e as converteu em preventiva. Os guardas municipais foram flagrados cobrando propina de comerciantes na orla de Copacabana.
O juiz Bruno Rodrigues Pinto, que conduziu a sessão, concluiu que o crime foi doloso, ou seja, com intenção. Além disso, de acordo com o entendimento do magistrado, existe a necessidade de se resguardar a ordem pública e também o risco de reiteração do delito.
A medida, segundo o juiz, ainda tem o objetivo de assegurar o livre depoimento dos funcionários dos estabelecimentos comerciais, uma vez que os agentes sabem onde as testemunhas trabalham.
A delegacia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, investiga os presos pelo crime de concussão, que é quando um agente público exige uma vantagem indevida.
A prisão aconteceu na noite do último sábado (25) em uma ação da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) e da Corregedoria da Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
Robson e Diego são acusados de cobrar uma quantia de R$ 400 por semana de propina a donos de quiosques, na Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul da capital carioca.
Em troca do dinheiro, os agentes prometiam não aplicar multas por perturbação ao sossego, por conta da música alta que estaria tocando nos estabelecimentos.
Segundo o auto de prisão em flagrante, os dois agentes dividiriam o dinheiro com uma terceira pessoa não identificada. Os guardas já vinham sendo monitorados por setores de inteligência por suspeita de suborno, partir de uma denúncia, na quinta-feira (23).
Uma investigação interna indicava que os dois iriam ao local no sábado para cobrar a quantia semanal.
“Eu recebi uma denúncia de que dois guarda municipais estariam cobrando propina para não fiscalizarem estabelecimentos comerciais em Copacabana. Imediatamente eu determinei que a Corregedoria apurasse e começasse a monitorar”, explicou o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
Um vídeo mostra o momento em que os agentes da Corregedoria à paisana chegaram à Avenida Atlântica e abordaram os guardas, que arrancaram com o carro ao receberem a voz de prisão.
Eles foram encontrados por meio do GPS da viatura, já no Leme, bairro vizinho. Os guardas foram imediatamente afastados do até a apuração total do caso.
“A gente vai fazer o trabalho de ordenamento, de fiscalização, com legalidade, com ética, com integridade. Mesmo que a gente precise cortar na própria carne”, concluiu o secretário.
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