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Nomeação de Dione na SED beneficia candidato tucano em Nova Andradina

A ex-deputada liderava todas as pesquisas e, agora, o favoritismo vai para Dr. Leandro Fedossi (PSDB), o 2º colocado

06/03/2024 às 09h53
Por: Tribuna Popular Fonte: Correio do Estado
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 - A ex-deputada estadual Dione Hashioka já está despachando na Secretaria de Estado de Educação - Reprodução
- A ex-deputada estadual Dione Hashioka já está despachando na Secretaria de Estado de Educação - Reprodução

Líder em todas as pesquisas de intenções de votos para a prefeitura de Nova Andradina nas eleições municipais deste ano com uma ampla margem porcentual, a ex-deputada estadual Dione Marly Gandolfo Hashioka (sem partido) está oficialmente fora do páreo, após ter sido nomeada, na segunda-feira, para o cargo de secretária-adjunta na Secretaria de Estado de Educação (SED).


A nomeação da esposa do deputado estadual Roberto Hashioka (União Brasil) e a natural retirada da pré-candidatura à prefeitura de Nova Andradina provocaram uma verdadeira reviravolta na sucessão municipal, pois, automaticamente, beneficiaram a pré-candidatura do atual presidente da Câmara Municipal, vereador Dr. Leandro Fedossi (PSDB), o segundo colocado nas pesquisas eleitorais.


Na cidade, conforme teorias da conspiração, Roberto Hashioka teria “negociado” a desistência da esposa da disputa para abrir caminho para que o PSDB vença as eleições municipais deste ano em Nova Andradina.


Porém, conforme o Correio do Estado apurou, além de Leandro Fedossi, ainda estão no páreo pelo cargo de prefeito o vereador Arion Aislan (PL), o empresário Marcos Dan (PT) e o ex-secretário municipal de Saúde Hernandes Ortiz, atual presidente da Cooperativa Agroindustrial do Vale do Ivinhema (Coopavil), que negocia uma filiação ao PP da senadora Tereza Cristina.


FAMÍLIA TRADICIONAL


A desistência de uma pré-candidatura que estava encaminhada para ser a vencedora também chocou a população de Nova Andradina, afinal, Dione Hashioka é integrante de família que “domina” a política na região há décadas, tendo sido deputada estadual por três vezes, enquanto o marido, além de deputado estadual, foi prefeito do município em três oportunidades.


Dione Hashioka é odontóloga e foi eleita com 19.843 votos para o primeiro mandato de deputada estadual em 2006 e, em 3 de outubro de 2010, foi reeleita, com 24.636 votos, iniciando seu mandato no cargo de 2ª vice-presidente da Casa de Leis.


No fim de 2022, ela assumiu o cargo novamente, durante pouco mais de um mês, já que o deputado estadual José Carlos Barbosa (PP), mais conhecido como Barbosinha, renunciou ao mandato para assumir a função de vice-governador. 


Além disso, em 2022, Dione Hashioka obteve 17,7 mil votos na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Podemos, mas não conseguiu ser eleita. 


A ex-deputada estadual assume na SED o cargo que pertencia a Edio Antonio Resende de Castro Bloch, exonerado no fim de novembro do ano passado depois da revelação de um suposto esquema de corrupção nas secretarias de Estado de Educação e de Saúde.


SEM PLENOS PODERES


No entanto, diferentemente do seu antecessor, ela não terá a “chave do cofre” da SED, pasta com o maior orçamento entre todas as secretarias, com R$ 3,179 bilhões para este ano, montante 16,3% maior que os R$ 2,732 bilhões do ano passado.


Na mesma edição do Diário Oficial do Estado (DOE) em que saiu a nomeação de Dione Hashioka, o governo estadual revogou resolução de abril do ano passado que dava ao secretário-adjunto da SED o poder de fazer contratações públicas das mais diversas. 


O secretário-adjunto ainda tinha o poder para assinar contratos, acertar aditivos, romper contratos, decidir se determinada compra seria feita com ou sem licitação e o poder de homologar ou cancelar o resultado das licitações.


Além disso, ele tinha autonomia para firmar convênios ou parcerias com os mais diferentes tipos de empresas ou organizações sociais. Cabia também a decisão sobre todas as nomeações de pessoal na SED.


Edio de Castro, que acompanhava o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), desde a época em que era prefeito de Maracaju, virou alvo da Operação Turn Off, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por causa da suspeita de superfaturamento em um contrato de R$ 13 milhões para a compra de ares-condicionados.


O contrato sob suspeita foi fechado em 2022, ainda na administração de Reinaldo Azambuja, e Edio de Castro chegou a ser detido no dia 29 de novembro de 2023, data em que o MPMS cumpriu outros 7 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. 


Três dias depois, Edio Castro foi liberado e passou a usar tornozeleira eletrônica, contudo, no dia seguinte ao da operação, acabou sendo exonerado do cargo.


Conforme dados divulgados à época pelos investigadores, Edio de Castro comandava um grupo de servidores públicos que tinha uma espécie de jogo de cartas marcadas para que os empresários Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior vencessem licitações – os contratos sob suspeita somavam R$ 68 milhões. 


NOTA OFICIAL


Ao desistir de ser pré-candidata a prefeita de Nova Andradina para ser secretária-adjunta da SED, Dione Hashioka divulgou uma nota oficial em que credita ao governador Eduardo Riedel (PSDB) a escolha para compor a administração estadual.


“Deus sempre fez parte dos meus projetos. Entrego tudo nas mãos cuidadosas Dele. Assim também foi a decisão de aceitar o convite do governador para compor sua equipe, em uma das mais importantes secretarias de Estado, a de Educação, pasta que abriga hoje o maior contingente de servidores públicos de Mato Grosso do Sul”, declarou.


Ainda conforme a nota, ela destacou a convicção com a qual dedicará o melhor de seus esforços no novo cargo.


“Aceito este desafio na certeza de que há um firme propósito em contribuir com meu estado e com o desenvolvimento desta área que tanto sou entusiasta”, afirmou.


Sobre a pré-candidatura dela a prefeita de Nova Andradina, Dione Hashioka informou que “o momento oportuno é o que estabelece o calendário eleitoral, portanto, somente no início de junho, época dedicada a estas definições”. 


“Por fim, reafirmo que hoje e sempre meu compromisso é o de servir, como fiz integralmente como primeira-dama, deputada estadual e servidora pública. Este é também meu lema pessoal, um de meus princípios e o que carrego como missão de vida”, finalizou.


O Correio do Estado também procurou o deputado estadual Roberto Hashioka para comentar os boatos de que teria “negociado” a desistência da pré-candidatura de sua esposa, mesmo com ela liderando as pesquisas de intenções de votos no município. 


“Não tem nada disso. Desde o ano passado, o governador fez o convite para que a Dione fosse compor na administração estadual, não em Educação, mas em outro cargo. Infelizmente, essa possibilidade não evoluiu, porém, neste início do ano, o governador voltou a fazer o convite e falou do cargo de secretária-adjunta da SED. Prontamente, ela aceitou”, pontuou.


A respeito do fato de Dione Hashioka liderar as pesquisas para prefeita de Nova Andradina, o deputado estadual foi enfático: “Em eleição, a gente só sabe como começa, mas nunca sabemos como termina”. Ou seja, na prática, a ex-deputado estadual não quis trocar o certo pelo duvidoso.


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