Após tentar derrubar candidatura, Zeca pode sobrar como vice de Camila

O Partido dos Trabalhadores (PT) tenta uma última cartada para emplacar a candidatura de Camila Jara (PT) para Prefeitura de Campo Grande.

Até agora, a deputada, que pretende ser a candidata de Lula em Campo Grande não decolou e pode restar para Zeca do PT o posto de vice, depois de muito espernear.

Com a decisão de convidar Zeca para vice de Camila, o PT voltou à estaca zero, precisamente abril do ano passado, quando Vander Loubet sugeriu a dobradinha do “veterano Zeca” com a “novidade” Camila.

Na ocasião, Zeca rejeitou veementemente, afirmando que Camila Jara já havia declarado que não seria candidata e que ele seria o escolhido do partido.

Zeca insistiu por um tempo e chegou a ser o preferido de parte do PT, mas retirou a candidatura depois de ser duramente criticado no partido ao apresentar moção para Michel Temer (MDB), chamado de golpista após impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Após recuar, Zeca tentou derrubar Camila novamente, defendendo a candidatura de Rose Modesto (União). Ele chegou a ganhar apoio de Vander, que na ocasião já tinha se desentendido com Camila Jara após barraco em Brasília.

Zeca e Vander não receberam retorno de Rose e, pouco tempo depois,  após lavarem roupa suja, consideraram ter Camila como candidata. Entretanto,  Zeca poderou que  o partido ainda poderia recuar para evitar “vexame histórico“.

No novo e último capítulo da novela, Zeca foi convidado para vice de Camila, como última tentativa de emplacar a candidatura do partido na Capital.

A candidatura em Campo Grande é fundamental para o PT, que tenta se fortalecer para reeleição de Lula, em 2026. O PT, que foi um dos maiores do Estado na gestão de Zeca como governador, não elegeu prefeito na eleição passada e  também não tem pré-candidato figurando entre favoritos para este ano.

A investida do PT pode passar Zeca do posto de vilão, criticado pelo por Gerson Jara (pai de Camila), para mocinho, se conseguir render frutos e não afundar de vez a campanha da chamada “novidade”, Camila Jara.

A reportagem apurou que dentro do próprio PT há quem entenda que Zeca pode enfraquecer a campanha de Camila, que tenta se apresentar como novidade. Por outro lado, os entusiastas enxergam a dobradinha como uma tentativa de trazer a militância e realizar o sonho de um segundo turno, em uma eleição que caminha para disputa apertada.

Zeca ainda não se manifestou sobre o convite para sair do posto de deputado para o de vice, que sempre costuma reclamar por “não ter a caneta”. De personalidades fortes, Zeca e Camila terão que dar o braço a torcer para alcançar a meta do partido, de fortalecer Lula em um terreno onde não é tão bem quisto.

Pesquisa

Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Ranking ontem, a gestão de Lula é considerada ruim ou péssima por 40% dos entrevistados na Capital, contra 27% que consideram boa ou ótima e 29%, como regular. Outros 4% não sabem ou não responderam.

Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados reprovam a gestão de Lula, contra 38% que aprovam e 4% que não sabem ou não responderam.

Nesta mesma pesquisa, Camila apareceu na quinta posição, com 2,3% das intenções de voto.

Rose Modesto (União) lidera com 25%, contra 22% de Adriane Lopes (PP); e 18% de André Puccinelli (MDB).

Na sequência, aparecem Beto Pereira (PSDB), com 14%; Camila Jara (PT), com 2,3%; Beto Figueiró (Novo); João Henrique Catan (PL), com 1,5%; Professor André (PRD), com 0,6%; Ubirajara Martins (DC), 0,3%; e Luso Queiroz (PSOL), com 0,2%. Outros 14,3% não sabem ou não responderam.

A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o nº MS-08489/2024. O instituto ouviu 2.000 moradores, no período de 4 a 9 de junho deste ano. O intervalo de confiança  é de 95% e a margem de erro máxima estimada foi de 2,2%, para mais ou para menos.